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Amar o PORTO +

"Não há futuro sem memória. Sem enraizamento e sem memória, os povos, como os homens, são apenas náufragos." Manuel António Pina

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"Não há futuro sem memória. Sem enraizamento e sem memória, os povos, como os homens, são apenas náufragos." Manuel António Pina

Os Pequenos Prazeres

30.09.08, amaroporto2

 

 

Hoje de manhã, tendo de me deslocar à Rua dos Mártires da Liberdade para fazer uma compra, dei por mim a pensar naquilo que poderia fazer para tornar esta deslocação um pouco mais agradável. E apeteceu-me tomar um café acompanhado de um daqueles deliciosos éclaires da Leitaria da Quinta do Paço, na antiga Praça de Santa Teresa (Praça Guilherme Gomes Fernandes). É claro que já não são bem iguais aos da minha memória. Mesmo assim, foi um prazer revisitar um local que frequentava, e onde há muito não ia, e contactar com o passado, distante de quase um século, através das belas fotografias, dispostas em friso, na parede.

 

 

Passei, também, nas livrarias da Rua da Fábrica, onde vivi nos finais da década de 70, do século passado, isto é, no pós-25 de Abril, num tempo em que a esperança ainda resisitia ao desalento.

 

 

 

Foi bom. Sobretudo, foi a comprovação de que as coisas simples são, muitas vezes, portadoras de prazer e de memórias felizes.

 

Vai um café e um éclair na Leitaria da Quinta do Paço?

 

 

COMÉRCIO JUSTO E SOLIDÁRIO

17.09.08, amaroporto2

Loja da Rua de Cedofeita

 

A loja do Comércio Justo, de Cedofeita, festejou ontem o seu 2º aniversário. Porque se trata dum projecto que apoio e admiro, quero contribuir, deste modo, para a sua divulgação.
 
 
Todos sabemos que no circuito comercial “normal”, a produção, sobretudo no chamado Terceiro Mundo, assenta no trabalho barato, e muitas vezes escravo, de homens, mulheres e crianças. Para além disso, não se investe na formação dos trabalhadores, nem se respeita os direitos humanos ou o ambiente.
 
 
Na tentativa de alterar este cenário, devolvendo a dignidade aos que trabalham e proporcionando aos consumidores produtos de qualidade cuja produção não agrida o ambiente, criou-se o COMÉRCIO JUSTO E SOLIDÁRIO que é
 
Uma parceria comercial baseada no diálogo,
transparência e respeito.
Contribui para desenvolvimento sustentável
oferecendo melhores condições de comércio tendo em conta os direitos
dos produtores e trabalhadores marginalizados,
especialmente no Sul do mundo.
 
 
Objectivos
 
  • reconhecer o preço justodos produtos dos camponeses e dos   artesãos do Sul do mundo
  • promover a justiça sociale a dignidade
  • favorecer o desenvolvimento sustentável das pessoas e do ambiente
  • preservar os direitos humanos, das mulheres e das crianças
  • garantir condições de trabalhoe de vida seguras e dignas
  • oferecer oportunidades de formaçãoe informação para o crescimento social e económico
  • fornecer crédito solidárioe pré-financiamento aos produtores
  • praticar a transparêncianas informações e no preço
  • respeitar a continuidadenas relações comerciais

 

 

Por tudo isto, vale a pena comprar nas lojas do Comércio Justo. Os produtos alimentares são de altíssima qualidade e os artesanais bonitos e originais.
No Porto, existe uma outra loja no Parque da Cidade.
 
 
 
 

 

 

 

Manuel de Oliveira

09.09.08, amaroporto2

 

 

Serralves e Oliveira

 

1. Está patente, na Casa de Serralves, até 2 de Novembro, uma exposição de homenagem a Manoel de Oliveira, É oportuna e justa - o grande realizador completará 100 anos, a 12 de Dezembro próximo. Merece todas as homenagens, não porque se aproxime o centenário em vida - e, ironicamente, sublinha que não é culpa sua e agradece ao destino - mas sim pela obra única que ergueu. De facto, Manoel de Oliveira não tem idade. Desde os anos em que convivemos mais de perto em Itália (e não esqueçam que "O amor de perdição" teve estreia mundial em Florença, Dezembro de 1978) até hoje, habituei-me a admirar e ouvir um homem jovem, lúcido e um criador a quem as coisas acontecem naturalmente - como se viessem ter com ele. Homem simples e franco, a sua sensibilidade complexa e o seu amor à beleza atraíram o respeito e admiração. Todos sabemos que a Itália - a crítica de cinema italiana -, na Bienal de Veneza de 1976, ajudou a que se abrissem as portas do reconhecimento internacional, desde aí sempre crescente. Manoel de Oliveira nunca esqueceu. E agora mesmo, a Bienal de Veneza lhe confirmou a estima, recebendo, com entusiasmo e carinho, três curtas metragens inéditas, tendo estado uma delas, "Do visível ao invisível", na inauguração do festival.

 

2. A obra de Oliveira impôs-se e, hoje, emparceira com a dos maiores realizadores de sempre. O cinema português, quando estudado, deverá referir-se ao antes e ao depois de "Douro, faina fluvial".

Leitor, é bom admirar.

 

Manuel Poppein "O Outro Lado",

Jornal de Notícias, 7.Set.2008