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Amar o PORTO +

"Não há futuro sem memória. Sem enraizamento e sem memória, os povos, como os homens, são apenas náufragos." Manuel António Pina

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"Não há futuro sem memória. Sem enraizamento e sem memória, os povos, como os homens, são apenas náufragos." Manuel António Pina

Natal 2007 * Ano 2008

20.12.07, amaroporto2

A MINHA MENSAGEM DE NATAL

 

[...]

Mais império menos império,

mais faraó menos faraó,

será tudo um vastíssimo cemitério,

cacos, cinzas e pó.

 

Compreende-se.

Lá para o ano três mil e tal.

 

E o nosso sofrimento para que serviu afinal?

 

António Gedeão,

Poema do Alegre Desespero

 

 

O nosso mundo está a viver, quer queiramos quer não, um período revolucionário da trajectória da Humanidade. Enfrenta, dolorosamente, desafios nunca sonhados. É hora de parar e reflectir.

 

Independentemente das religiões professadas, a maior parte do mundo ocidental festeja o Natal. Mas o Natal não pode resumir-se aos presentes, às ruas iluminadas, ao bacalhau, às rabanadas e ao bolo-rei... ou a qualquer outra tradição.

 

Por acaso pensamos no que estamos a festejar? Todos dirão: o nascimento de Jesus Cristo. Só que o nascimento dum homem bom [ou do Filho de Deus, se preferirem ] deve, acima de tudo, levar-nos a reflectir na mensagem que deixou. Longe de estar ultrapassada, ela indica o caminho a seguir, HOJE, se queremos sobreviver no nosso planeta.

 

Afinal, como têm vivido os homens: uns com os outros ou uns contra os outros?

 

Começamos por descobrir que as palavras de ordem da sociedade dominante, a sociedade ocidental baseada na competição, conduzem a colectividade humana à catástrofe. O futuro é, hoje, ditado pelos banqueiros. Para resolver os seus problemas, as nossas sociedades recorrem a um processo que crêem mágico: o CRESCIMENTO. Consumamos sempre mais e tudo correrá da melhor maneira. As consequências dessa visão estão debaixo dos nossos olhos: uma Terra maltratada, onde sobressaem graves desequilíbrios ambientais e um esgotamento dos recursos; sociedades profundamente desiguais, ilustrativas da injustiça e da exploração de homens por outros homens. 

 

Jesus Cristo [como mais tarde, Francisco de Assis e também, à sua maneira, os seguidores do Budismo e do Socialismo (o autêntico) e muitos outros, que é impossível  identificar aqui], ousou dizer não ao dinheiro, ao egoísmo, ao poder, à violência, à guerra; ousou dizer sim ao amor, ao respeito pelo próximo, à ideia de que o Homem habita um Universo comum, que com ele forma um todo e de cuja harmonia depende a sua sobrevivência.

 

Esta é a preciosa herança que Cristo nos legou. A que talvez valha a pena seguir para bem de nós todos.

 

Os tempos vão sombrios... O futuro?....... ??????????????

 

 

Para todos:

 

UM  BOM  NATAL! 

UM  2008 MAIS  JUSTO  E  SOLIDÁRIO!

 

Fonte: Ensaio sobre a Pobreza de Albert Jacquard