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Amar o PORTO +

"Não há futuro sem memória. Sem enraizamento e sem memória, os povos, como os homens, são apenas náufragos." Manuel António Pina

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A Morte duma Amiga

20.03.08, amaroporto2

O quarteirão onde moro é, para mim, o mais bonito da rua.

Milhares de automóveis libertam um fluxo constante de CO2. Por isso, as minhas cortinas brancas ficam negras em pouco tempo. Por isso, os meus móveis, por mais que os limpe, têm sempre uma fina camada de pó. Por isso, o ruído dos motores já se tornou tão familiar que mal o noto.

Nada disto, porém, torna a minha rua diferente de qualquer outra rua da cidade. 

 

 

 

O que faz, na minha rua, a diferença é o meu quarteirão. No terraço, do cimo do meu prédio, tenho o Porto inteiro a meus pés, com as torres das igrejas furando o casario e, a ocidente... o mar.

Das janelas da minha casa, vejo jardins e gaivotas a voar, vejo céus esplendorosos e luas a crescer para iluminar a noite.

E vejo árvores mudando de cor ao longo de todo o ano.

Estou triste, hoje: a amiga que me dava os bons dias pela manhã, mal abria a janela do meu quarto, morreu. Deceparam-na.

As raízes estavam a estrangular os canos do saneamento, disseram-me.

 

 

 

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