Aos 100 anos, Manoel de Oliveira pelo olhar dos outros... I
11.12.08, amaroporto2
Agustina Bessa-Luís:
Eu aparento Manoel de Oliveira àqueles poetas saudosos que tivemos: Bernardim foi um deles, outro o cavaleiro Francisco Manuel de Melo. Vou dizer porquê. Porque em todos há mais uma determinação de fazer obra sua, do que voz do mundo. E fazer das histórias fatais, peregrinas fantasias.
João Mário Grilo:
Creio que o Oliveira está sempre a olhar para a frente e, consequentemente, nos faz olhar a nós na mesma direcção, como acontecia com o Eisenstein ou, na poesia com Baudelaire.
José-Augusto França:
Quinto Império ou Non ou a Vã Glória de Mandar, Portugal passa, em seus mitos, desgraças e inquietações, em obras que o definem, ou nos definem a nós, incertos portugueses buscando utopias – nos Portos da nossa infância…
Rodrigues da Silva:
Oliveira, esteticamente, nunca se satisfez, nem nunca se repetiu; demonstrou sempre ser um amante da eterna pesquisa, da eterna experiência, jamais adoptando receitas, o que faz dele um criador anti-académico por excelência.
in Jornal de Letras, Artes e Ideias
[3-16 Dezembro 2008]