O RIO DOURO
O rio Douro nasce na Serra do Urbion (Montes Ibéricos, não muito longe das ruínas de Numância), a 2300m de altitude e corre através da Meseta Ibérica, no sentido Este/Oeste, com o carácter de rio de planalto e um coeficiente de desnível de 1m por quilómetro. Ao entrar em Portugal (tendo já percorrido 850 km) muda de direcção, descendo, abruptamente, em sentido Norte/Sul. Nesse percurso alcantilado e dantesco, o rio desce, em média, 3m por quilómetro, comprimido por duas barreiras, por vezes cortadas quase a pique, que atingem 400m de altura. Desde Castro Ladrones, na Espanha, até Barca de Alva, o rio (baixando de 550 para 125 metros), serve de fronteira quase intransitável, em vale profundíssimo.
A bacia hidrográfica duriense, em Portugal (27.500 km2), alarga-se mais na margem direita do que na esquerda, porque ao sul as massas orográficas de Montemuro, Leomil e Lapa se apertam de encontro ao rio.
Os afluentes principais, da margem direita, são: o Sabor, com 120 km, torrencial, muito sujeito a cheias; o Tua, com 110 km de comprimento, desde Lubian, na Serra da Segundera, na Espanha, até à confluência, com alguns trechos não torrenciais, como em torno de Mirandela, e outros extremamente declivosos e de penedia estreme; o Corgo, torrencial, em fractura; o Tâmega, de 128 km, que nasce na Serra de S. Mamede, em Espanha, sempre torrencial, com excepção do pequeno segmento planáltico de Chaves; o Sousa, modesto caudal rústico que alimenta a cidade do Porto. Da margem esquerda afluem, sucessivamente, o Águeda, na fronteira; o Coa, mais ou menos torrencial e inóspito; o Távora, com iguais características; o Paiva, com alternados alcantis e trechos verdejantes, escoando a vertente meridional da Serra de Montemuro.
Próximo da foz, o nível das cheias ultrapassa, por vezes, 5 metros, submergindo os bairros marginais de Vila Nova de Gaia, da Ribeira e de Miragaia.
Fotografias do rio Douro, tiradas do comboio,
entre o Porto e a Régua, no dia 27 de Setembro de 2006
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Hoje, graças às eclusas de Crestuma, Carrapatelo, Régua, Valeira e Pocinho, o Douro tornou-se navegável . Os cruzeiros turísticos, que se realizam com regularidade, proporcionam paisagens belíssimas e inesquecíveis aos amantes da Natureza e do mágico rio Douro.